sábado, 29 de março de 2008

ARTIGO DE OPINIÃO I

As profissões em saúde estão a passar por uma fase decadente, excepçãopara a Medicina. Nomeio a farmácia também porque apesar dos altos índicesde empregabilidade do curso, a mercantilização desta profissão a temdegradado.

O cartão das farmácias(crédito), o alargamento dos serviços desaúde das farmácias, os velhinhos que gastam 3 euros a fazer o teste rápidoda "prosca" ou do "castrol" porque tiveram um "ABC", os 1001 produtos quelá se vendem(desde comprimidos de alho a estimuladores clitorianos daharmony), levam-me a crer que falta pouco para que um dia acabemos por irà farmácia para revelar fotografias e aproveitar para levar uma pizza parao jantar (terapêutica claro!).

A enfermagem não foge à regra, mas devidosobretudo ao desemprego que afecta os jovens enfermeiros,independentemente de se tratar de desemprego estrutural ou conjuntural,com repercussões evidentes e transversais.

Contudo, penso que dasprofissões com desemprego (enfermagem, fisioterapia, técnicos, psicologos,nutricionistas, etc.), são os enfermeiros que mais hipóteses têm dereverter esta situação devido às estruturas organizacionais que aindarestam (SEP) e instrumentos legais que ainda dispõem (Ordem e REPE).

Com pertinácia, citando Paulo Catarino, "Pai jurídico do REPE", estamos jáa trabalhar nisso, através da alteração do Estatuto da Ordem dosEnfermeiros e do novo Modelo de Desenvolvimento Profissional(MDP), bemcomo na necessária articulação com a nova carreira de enfermagem a sernegociada.

O Ministro do Ensino Superior, em reunião com a OE este mês, negou parajá a adequação do ensino de enfermagem ao 2ºciclo de Bolonha.Os nossos "amigos" educadores de infância e professores do 1º ciclo têm jáos seus cursos adequados a Bolonha - vão ser mestres(2ºciclo), mas com 4anos de curso. Os enfermeiros vão ser licenciados com os mesmos 4 anos.Idiotas! Afirma quem se apercebe deste facto e tem razão...Os outrosestudam tanto como vocês e são mestres...

Não entrando pelo argumentário difícil que a Ordem tem de levar aoMinistério baseado em perfis de competências, etc,etc,etc, será que poreste simples facto esta situação é assim tão imperceptível e polémica, oufinalmente começa a ficar claro quem tinha razão nesta matéria...

Pena, é que situações como estas sejam sempre resolvidas da mesma maneira- com a questão salarial.

Quando os enfermeiros, os alunos de enfermagem e os docentes de enfermagemse aperceberem que os Médicos mestres, os Arquitectos mestres, osEngenheiros mestres, os Advogados mestres, os Psicólogos mestres efinalmente os Educadores de Infância mestres de "BOLONHA" vão ganhar mais,porque são "MESTRES", vão finalmente unir-se para exigirem ser "mestres" eganhar como os outros.

Pena que seja pelo dinheiro e não pela diferenciação profissional que essefacto deveria acarretar. Este deve ser dos poucos exemplos em que odinheiro alguma vez uniu seja o que for...

A história repete-se...Não foi por dinheiro que exigimos ser licenciados?

Bruno Maurício (Enfermeiro SCMLx)

4 comentários:

Doutor Enfermeiro disse...

Boa reflexão.

Anónimo disse...

gostava de saber como é que os educadores de infancia conseguiram isso. todos os mestrados integrados têm no minimo 300ECTs. Como conseguem isso, só com 4 anos.?

Anónimo disse...

e desde quando é que os enfermeiros que exigiram ser licenciados, sao pagos como tal? mestre? pra que, perder mais um ano e ganhar como bacharel...

Rui Santos disse...

primeiro porque acredito que vou ganhar como tal, segundo porque foi um ano de aprendizagens