terça-feira, 8 de janeiro de 2008

TEORIAS E MODELOS COM APLICAÇÃO EM EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE


RODRIGUES, Manuel; PEREIRA, Anabela; BARROSO, Teresa

Estes 3 autores são Enfermeiros, e este é um artigo do livro Educação para a Saúde – Formação Pedagógica de Educadores de Saúde, edição da Formasau de 1993.

Este é um texto que continua a abordagem da importância da EDUCAÇÂO PARA A SAÙDE (EPS), como implicação na mudança de estilos de vida. Contudo é um texto mais orientado para teorias e modelos de EPS.

Tentarei ser sintético resumindo o que os extraí do texto como sendo para nós o mais importante:

Teorias:
Teoria da Conscientização, Paulo Freire – Reflecte-se sobre algo em concreto, examinam-se as causas subjacentes, identificam-se implicações e desenha-se um plano de acção.
Teoria dos Estádios de Mudança, DI Clemente – Existe um período de pré contemplação, contemplação, preparação para agir, acção e manutenção.
Teoria da Acção Racional, Fishshbein – Comportamento, intenção, atitudes tudo condicionado por normas.
Teoria do Processamento da Informação do Consumidor – O utente perante determinada informação toma uma decisão racional.
Teoria da Aquisição, Rogers – conhecer, ser receptivo, agir, aplicação de nova conduta, adopção de nova conduta.

Modelos:
Modelo Informativo – Comunicacional – Assente no conhecimento do utente e na informação que lhe é transmitida.
Modelo Humanista – Além de incorporar o modelo anterior, incorpora uma componente bastante forte de valores.
Modelo Neo-Behaviorista – Tudo é assente na aprendizagem da pessoa.
Modelo Informativo – Assente em aulas, na transmissão de conhecimentos sendo unidireccional.
Modelo Persuasivo-Motivacional – Baseado em convencer, realçando crenças e valores e o papel dos reforços
Modelo Politico-Economico-Ecologico – Permite a interacção, as sinergias. È tido em conta o interesse de todos os agentes. A pedagogia é centrada na pessoa e nas suas experiências de vida.
Modelo das Crenças de Saúde – Parte das percepções individuais do que está certo ou errado.
Modelo PRECEDE – identificação do problema, análise das condutas subjacentes e variáveis associadas e intervenção.
Modelo PIDICE – Preparar, Identificar, Desenhar, Mudar, Avaliar

Os autores referem que apesar das variadas teorias e modelos não existem receitas “….não há nenhum modelo que se destaque pela sua supremacia ou certeza absoluta da sua eficácia…”pág. 111.

Na prática a EPS tem de ser bem planeada tendo em conta variados factores nomeadamente o público-alvo da mesma”autoridade do técnico” e “sobrancerismo” pág. 113, são alguns factores que conduzem ao fracasso da sessão de EPS.

Os autores, depois, debruçam-se sobre alguns aspectos técnicos a ter em conta no planeamento e apresentação de uma sessão de formação formal, ou se quisermos de uma EPS, esta é sem dúvida uma lacuna que muitos de nós temos.

Entendo que apesar de o objectivo desta disciplina neste pólo da ESEL “Formação em contextos de trabalho” ser o estimular da reflexão sobre práticas profissionais, também deveria ter entrado um pouco por aqui, pela forma como expomos. Como nos dirigimos a um público-alvo. É frequente ouvirmos os Enfermeiros dizerem que têm ”medo” de falar. Aspectos abordados neste texto são para mim quase um corolário lógico dum processo reflexivo evolutivo (comportamentos de adesão, síntese, proximidade, simulação).

E disto, nos dão conta, os autores na pág. 114 “ Em EPS a estratégia psicológica e pedagógica é determinante para a adesão dos sujeitos ao significado da mensagem. Todo o comportamento humano tem um significado, não existe rejeição gratuita nem motivação sem sentido. Esta complexa realidade que constitui a galáxia dos comportamentos humanos, no que concerne a estilos de vida saudáveis, implica da parte do educador de saúde, uma adequada preparação prévia, um rigoroso trabalho de desenvolvimento de habilidades, capacidades e competências pessoais e sociais.”

Mas acredito que hoje temos maior capacidade para procurar novos recursos tendo em vista a transformação e a mudança objectiva e concreta nas práticas que identificamos como rotineiras e menos correctas.

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