Isabel Alarcão, nascida a 9 de Março de 1940, em Coimbra, licenciou-se em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Mestre em Curriculum and Instruction que realizou na Universidade do Texas, em Austin, Estados Unidos da América, em 1974-75.
Na Universidade de Aveiro leccionou nos cursos de formação de professores de Línguas (1976). Mais tarde, rumou à Inglaterra para, na Universidade de Liverpool, realizar o seu doutoramento em Educação, grau que concluiu em 1981.
Tem desenvolvido intensa actividade pedagógica e científica em duas áreas que procurou interligar: didáctica e supervisão. Conhecem-se-lhe as posições e os vários escritos, comunicações e conferências que a tornaram uma referência como conceptualizadora do papel das didácticas específicas na formação de professores. Mas é também na área da Supervisão que o seu nome é conhecido no país e no estrangeiro. Em 1987 publicou, em colaboração com José Tavares, um livro pioneiro intitulado Supervisão da Prática Pedagógica. Uma Perspectiva de Desenvolvimento e Aprendizagem ( 2ª edição, revista e desenvolvida, em 2003).Introdutora, em Portugal, do pensamento de D. Schön sobre a formação dos profissionais reflexivos, transferiu a noção de professor reflexivo para a de escola reflexiva, tema que tem abordado nos últimos escritos.
Professora catedrática desde 1990, desempenhou cargos de gestão universitária de grande responsabilidade: Presidente da 1ª Comissão Coordenadora do CIFOP, Presidente do Conselho Científico da UA, Vice-Reitora e Reitora.
Integra, desde a sua criação (1993), a Unidade/Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia Educativa na Formação de Formadores.
Este texto foi apresentado numa comunicação proferida pela autora na Escola Superior De Enfermagem de S. José de Cluny em 1998.
A autora leva-nos a reflectir sobre a formação assente num processo dinâmico que é a aprendizagem experiêncial.
Começa por referir algo que podemos achar como algo digno do Sr. Lapalice mas que é de uma profundidade com consequências complexas: O Enfermeiro é um profissional “alguém a quem a sociedade tem o direito de exigir competência e pedir responsabilidade” pág. 53, quanto a mim além de ser uma boa definição de profissão é também uma definição de maioridade profissional que visa profissionais responsáveis e só assim autónomos. Logo de seguida reflecte sobre o enfermeiro profissional competente, assente na dicotomia conhecimento /capacidade, ou seja “ capacidade global da pessoa manifestada na acção e na situação” pág. 54, logo o enfermeiro para além do seu conhecimento profissional terá que utilizar um conhecimento fruto da experiência derivado de situações concretas e actualizado a cada nova situação, ou seja em desenvolvimento permanente. Daqui sermos uma profissão em constante mudança e adaptação, só assim transformaremos.
Este é então o mote necessário para formação reflexiva, para a construção de uma pessoalidade e profissionalidade com base na “interacção entre a pessoa e a situação”, “ aí se intrepenetra percepção e intuição, sentimento e raciocínio, imaginação e memória” pág. 55. É no cruzamento destas vertentes que poderemos com base em cada situação reflectir e construir um conhecimento e uma aprendizagem cíclica. “ a experiência é transformada em conceitos que, por sua vez, servem de guias para novas experiências” pág. 56.
Na Universidade de Aveiro leccionou nos cursos de formação de professores de Línguas (1976). Mais tarde, rumou à Inglaterra para, na Universidade de Liverpool, realizar o seu doutoramento em Educação, grau que concluiu em 1981.
Tem desenvolvido intensa actividade pedagógica e científica em duas áreas que procurou interligar: didáctica e supervisão. Conhecem-se-lhe as posições e os vários escritos, comunicações e conferências que a tornaram uma referência como conceptualizadora do papel das didácticas específicas na formação de professores. Mas é também na área da Supervisão que o seu nome é conhecido no país e no estrangeiro. Em 1987 publicou, em colaboração com José Tavares, um livro pioneiro intitulado Supervisão da Prática Pedagógica. Uma Perspectiva de Desenvolvimento e Aprendizagem ( 2ª edição, revista e desenvolvida, em 2003).Introdutora, em Portugal, do pensamento de D. Schön sobre a formação dos profissionais reflexivos, transferiu a noção de professor reflexivo para a de escola reflexiva, tema que tem abordado nos últimos escritos.
Professora catedrática desde 1990, desempenhou cargos de gestão universitária de grande responsabilidade: Presidente da 1ª Comissão Coordenadora do CIFOP, Presidente do Conselho Científico da UA, Vice-Reitora e Reitora.
Integra, desde a sua criação (1993), a Unidade/Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia Educativa na Formação de Formadores.
Este texto foi apresentado numa comunicação proferida pela autora na Escola Superior De Enfermagem de S. José de Cluny em 1998.
A autora leva-nos a reflectir sobre a formação assente num processo dinâmico que é a aprendizagem experiêncial.
Começa por referir algo que podemos achar como algo digno do Sr. Lapalice mas que é de uma profundidade com consequências complexas: O Enfermeiro é um profissional “alguém a quem a sociedade tem o direito de exigir competência e pedir responsabilidade” pág. 53, quanto a mim além de ser uma boa definição de profissão é também uma definição de maioridade profissional que visa profissionais responsáveis e só assim autónomos. Logo de seguida reflecte sobre o enfermeiro profissional competente, assente na dicotomia conhecimento /capacidade, ou seja “ capacidade global da pessoa manifestada na acção e na situação” pág. 54, logo o enfermeiro para além do seu conhecimento profissional terá que utilizar um conhecimento fruto da experiência derivado de situações concretas e actualizado a cada nova situação, ou seja em desenvolvimento permanente. Daqui sermos uma profissão em constante mudança e adaptação, só assim transformaremos.
Este é então o mote necessário para formação reflexiva, para a construção de uma pessoalidade e profissionalidade com base na “interacção entre a pessoa e a situação”, “ aí se intrepenetra percepção e intuição, sentimento e raciocínio, imaginação e memória” pág. 55. É no cruzamento destas vertentes que poderemos com base em cada situação reflectir e construir um conhecimento e uma aprendizagem cíclica. “ a experiência é transformada em conceitos que, por sua vez, servem de guias para novas experiências” pág. 56.
Como exemplo bem recente disto tiro a comunicação da morte de um doente aos seus familiares, ontem ocorrida comigo e que me levou a sair do serviço e a reflectir sobre a forma e o local como o fiz, esta experiência que já não vivenciava a mais de 8 anos deu-me sem dúvidas aportes para uma nova situação que venha a vivenciar. Ou seja reflecti sobre a experiência projectando desde já ensinamentos para novas situações.
Esta é a base daquilo que a autora chama aprendizagem experiencial, “ a experiência é na realidade uma experimentação” pág. 56 algo diferente da formação pelas experiências de vida onde a “experiência constitui pelo contrário o laço de união entre a pessoa e a cultura” pág. 56.
A reflexão sobre as experiências é sem dúvida importante desde que consigamos interpretar essa experiência e conceptualizar o seu significado.
Citando Dewey a autora refere os princípios validadores da experiência como aprendizagem pág. 57:
1. Principio da significação – fazer sentido
2. Principio da continuidade – continuo entre o que aconteceu e vai acontecer
3. Principio da organização – as experiências não podem ficar a deriva
4. Principio do desenvolvimento e da aprendizagem – gera a possibilidade de novas experiências
5. Principio da qualidade – positiva e motivadora
6. Principio da reflexão – multiplicidade de factores
7. Principio da interacção social – comunicação com os outros
8. Principio da educação – conduz a educação
9. Principio da formação holística –a globalidade da pessoa constrói-se das experiências
A autora apresenta ainda o que chama segundo Handal e Lauvás teoria prática “ um sistema integrado, em permanente evolução, de conhecimentos, experiências e valores próprios de cada um e por este considerados relevantes para a sua profissão” pág. 58.
Este conceito funde num processo dinâmico e mutável sustentado nas experiências duas noções habitualmente dicotomizadas teoria e prática, fundamentando que as profissões são exercidas a 3 níveis, o nível 1 o da acção, o nível 2 da reflexão sobre as experiências e o nível da reflexão ética e da decisão moral.
A autora termina enfatizando o papel dos grupos na formação reflexiva.
Lembrando ainda Paulo Freire sugere aos Enfermeiros, (assim quis eu entender) uma atitude crítica e questionadora.
Esta é a base daquilo que a autora chama aprendizagem experiencial, “ a experiência é na realidade uma experimentação” pág. 56 algo diferente da formação pelas experiências de vida onde a “experiência constitui pelo contrário o laço de união entre a pessoa e a cultura” pág. 56.
A reflexão sobre as experiências é sem dúvida importante desde que consigamos interpretar essa experiência e conceptualizar o seu significado.
Citando Dewey a autora refere os princípios validadores da experiência como aprendizagem pág. 57:
1. Principio da significação – fazer sentido
2. Principio da continuidade – continuo entre o que aconteceu e vai acontecer
3. Principio da organização – as experiências não podem ficar a deriva
4. Principio do desenvolvimento e da aprendizagem – gera a possibilidade de novas experiências
5. Principio da qualidade – positiva e motivadora
6. Principio da reflexão – multiplicidade de factores
7. Principio da interacção social – comunicação com os outros
8. Principio da educação – conduz a educação
9. Principio da formação holística –a globalidade da pessoa constrói-se das experiências
A autora apresenta ainda o que chama segundo Handal e Lauvás teoria prática “ um sistema integrado, em permanente evolução, de conhecimentos, experiências e valores próprios de cada um e por este considerados relevantes para a sua profissão” pág. 58.
Este conceito funde num processo dinâmico e mutável sustentado nas experiências duas noções habitualmente dicotomizadas teoria e prática, fundamentando que as profissões são exercidas a 3 níveis, o nível 1 o da acção, o nível 2 da reflexão sobre as experiências e o nível da reflexão ética e da decisão moral.
A autora termina enfatizando o papel dos grupos na formação reflexiva.
Lembrando ainda Paulo Freire sugere aos Enfermeiros, (assim quis eu entender) uma atitude crítica e questionadora.
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