terça-feira, 1 de julho de 2008

RESULTADO FINAL E RESUMIDO DA MONOGRAFIA

"A satisfação profissional dos enfermeiros, consoante o seu vínculo, oscila entre os valores 2,94 e 3,05, o que denota uma grande uniformidade de resultados, mas também um nível de satisfação que, embora ligeiramente positivo, poderá ser considerado baixo, em virtude do valor médio da escala de Likert ser o 3.
Podemos assim concluir que o tipo de vínculo não influencia significativamente o nível de satisfação profissional dos enfermeiros.
Em relação à nossa primeira hipótese, que apontava para um maior índice de satisfação global nos FP, comparativamente com os enfermeiros contratados, não foi confirmada pelos resultados obtidos. Perante estes valores, são os FP os mais insatisfeitos, apresentando o único score negativo de satisfação (2,94).
Ao delinearmos esta primeira hipótese, julgámos que seria maior a satisfação dos FP, sobretudo pela sua relação jurídica de emprego que lhes conferia algumas regalias e estabilidade laboral. No entanto, embora isso possa ter algum peso na satisfação profissional dos enfermeiros, existem outros factores que com certeza conduziram a este (para nós) surpreendente resultado.
Um dos factores que pode ter levado a esta aparente insatisfação dos FP, terá sido a publicação da Lei nº 12-A/2008 de 27 Fevereiro referente às Carreiras, Vínculos e Remunerações, que veio acabar com a ideia de “emprego para toda vida”, pois os enfermeiros FP irão passar a Contrato de Trabalho para Funções Públicas, (como vímos no enquadramento teórico) que ainda se encontra por regulamentar.
Efectivamente, aquilo que nós percepcionávamos no início do nosso trabalho, além de condicionado pelo optimismo inerente a sermos dirigentes sindicais, não foi confirmado pelos resultados obtidos, podendo direccionar as nossas conclusões para uma clara nivelação de todos os trabalhadores por regras laborais semelhantes, ainda que com nomes de vínculos diferentes.
A satisfação profissional dos enfermeiros, segundo este estudo, é mediana.
Os CTC e CITCT, curiosamente ambos a prazo, são os mais satisfeitos, enquanto que FP e CITST são os menos satisfeitos, assistindo-se assim a uma relação inversamente proporcional entre as naturais expectativas laborais de cada sub conjunto da nossa amostra e a sua satisfação profissional. "
"O grande objectivo que trilhámos como base deste nosso estudo, foi a determinação da possível correlação entre os vínculos possuídos pelos enfermeiros e a sua satisfação profissional.
Ao delinearmos esta questão de partida como objectivo geral deste trabalho, fizemo-lo com uma ideia pré-concebida, talvez pela nossa experiência sindical, de que existiria essa correlação e de quais as implicações, razão pela qual definimos algumas hipóteses, que como vimos, acabaram por não se confirmar.
Assim, além dos resultados por nós apresentados, foi necessário submeter os nossos dados à validação da possível existência de uma correlação através de um estudo estatístico.
Antes de optarmos por aplicar o tipo de correlação mais correcto, foi necessário aplicar “o teste Kolmogorov-Smirnov de aderência à normalidade” que “serve para analisar o ajustamento (aderência) à normalidade da distribuição de uma variável”(Pestana, 1998:172).
Com a aplicação da fórmula, obtivemos um valor de 0,547, o que leva à não rejeição da normalidade da distribuição, pois não é “significativa a diferença entre as duas variáveis” (Pestana, 1998:174).
Assim, tivemos de aplicar o R de Pearson, pois é este método que “exige dados provenientes de uma distribuição normal” (Pestana, 2000:146).
Ao analisarmos a correlação podemos verificar que entre a variável vínculo laboral e a satisfação profissional, a correlação é de 0,042. Como tal, e como “R menor que 0,2 indica uma associação muito baixa” (Pestana, 2000:146), logo, a correlação que pretendiamos confirmar, não se verifica.
Talvez por este resultado possamos então concluir, o porquê da não verificação das nossas hipóteses.
Nesta fase, e como podemos observar pela pequena variação nos resultados finais do nosso estudo, as diferenças entre vínculos são muito pequenas. Parece-nos que, embora os enfermeiros contratados pudessem ser os mais insatisfeitos pelo seu vínculo menos estável, por outro, os FP sentem-se esquecidos e frustrados, razão pela qual neste momento a correlação será tão baixa."

João Quintinha, Paulo Cunha e Rui Santos

12 comentários:

Anónimo disse...

Até me rio com estas conclusões.... de caca. É novidade?
Chumbou? Se não chumbou, devia.

Anónimo disse...

É pena que a pessoa que se esconde no anonimato (Sempre me ensinaram que quem se esconde e não sabe dar a cara é porque é cobarde), não tenha respeito pelos 120 enfermeiros que se voluntariaram para responder aos inquéritos fornecidos neste trabalho de investigação(se sabe o que isso é), e que por vezes dispenderam o seu precioso tempo para responder às asserções apresentadas.
Mais uma vez se confirma que existem pessoas que andam neste mundo como os vegetais (só para serem comidos), andando só por andar.
Já que essa "coisa" que fez este comentário é tão inteligente a ponto de não ficar surpreendido com as conclusões do estudo, pergunto se ele já fez alguma coisa de útil para a sociedade em que vivemos, ou simplesmente comenta o trabalho dos outros com ideias de MERDA (e não caca)?

Anónimo disse...

O João já disse praticamente tudo! No entanto, acrescentar que muito provavelmente não chumbou, nem os 2 colegas, que com ele fizeram o trabalho. Não lhe agradam as conclusões? Agradam-lhe? São-lhe indiferentes? Ou será que essa coisa que nem nome tem, sabe pensar algo além da palavra "caca"?
Já agora e perante os resultados apresentados, talvez vossa (iluminada) excelência tenha a amabilidade de nos ensinar as "correctas" conclusões, para ver se não chumbamos.
Como diria um personagem já conhecido da série CONTEMPORÂNEOS da RTP, "vai mas é trabalhar! Faz qualquer coisa de útil à sociedade!"

FILMES MARADOS disse...

Nunca se é critícado por não fazer nada. Em toda a minha vida já levei muita cacetada e sempre porque me atrevi a mexer, porque fui proactivo no marasmo existente.
Este trabalho tem as conclusões de alguém que ousou pesquisar algo... de alguém que colocou aqui 15 ou 20 limhas de um trabalho de 140 páginas.
Mais uma vez digo que sobre este trabalho ainda muito ouviremos falar...
Se a uns dá vontade de rir, a outros certamente dará vontade de reflectir.
Mais uma vez afirmo que não apago comentários do blog, nem que sejam caracterizados pelo cheiro daquilo que eles próprios dizem.
Quanto ao chumbo, caro anónimo deixe-me dizer que não se fazem coisas só para agradar a um ou outro na tentativa desmesurada de subir. Ainda bem que temos o seu chumbo, eu a si o que dejeso é felicidades para sair dessa frustração e ser mais activo e que consiga dizer algo efectivamente válido.
Veja este blog ele fala sobre todos os trabalhos de um ano de CCFE e nunca de notas ? Porquê ? Eu respondo não é isso que me move, abraço.
Para a próxima tenha a mesma opinião mas tente ser mais concreto e explicito nos motivos dela.
Admiro os que discordam, mas com sumo. Detesto laranjas secas. Falta-lhes o sumo.

FILMES MARADOS disse...

SÓ MAIS UMA COISA PODENDO OU NÃO SER NOVIDADE AGORA É CIÊNTIFICO...

Vitória Caldeira disse...

"ASSIM SE ACABOU A MONOGRAFIA", uma etapa "trabalhosa seguramente e, pela foto iniciam umas bem merecidas férias.
O final de uma etapa é, se bem vos conheço ou, pelo menos ao Rui, o inicio de uma outra, que espero seja, tal como esta, enriquecedora e gratificante para vós e, claro em prol da enfermagem, ainda que neste grupo, tal como na sociedade em geral, exista sempre quem tenha uma natural tendência ao bota abaixo,os que têm capacidades devem aproveitá-las, já que com os outros não valerá a pena contar, porque para alem de criticar nada farão, nem sequer identificar-se.

PARABÉNS pelo vosso trabalho, quem já experimentou fazer investigação, sabe quanto nos agradaria confirmar as hipóteses que colocamos à partida, até porque nelas colocamos um conhecimento que julgamos ter, feito da experiência vivida. Assumir que estávamos enganados é para além de honesto, corajoso, particularmente quando nos expomos publicamente.

Um Abraço

Vitória Caldeira

Emilia Rito disse...

Parabéns aos três!!!
Penso que as conclusões são muito válidas porque nos levam a pensar que ideias pré concebidas podem ser falsas e porque provam que a enfermagem precisa de ser agitada para os profissionais obterem mais satisfação. Penso que terá de partir de cada um de nós, arranjar estratégias de motivação para se reflectirem no todo dos enfermeiros e considero que monografias como esta, são o melhor ponto de partida!
Felicidades aos três!!!Bjs
Emilia Rito

Anónimo disse...

Realmente para mim o resultado também é surpreendente. Não devo ser tão iluminada como o primeiro comentador que acho que nem merece mais comentários! O vosso trabalho levou-me realmente a reflectir (coisa que achei que tinha esgotado por algum tempo) e, enquanto funcionária pública, que já viveu algumas aventuras proporcionadas pelas "maravilhosas" medidas governamentais de que temos sido vítimas, parece-me que uma explicação possa estar relacionada com o desanimo e a desilusão de quem já viveu direitos conquistados e que os vê partirem um a um. É do conhecimento geral que os vínculos mais precários se situam, sobretudo, numa faixa etária mais jovem. E esses muito provávelmente, ainda não ganharam consciência que se pode trabalhar com mais direitos, com mais qualidade para nós e os nossos utentes. Proponho que, no lugar de rirmos das conclusões (atitudes tipicamente irónicas que sempre mereceram o meu desprezo) as levemos muito a sério, arregacemos as mangas e falemos com os colegas fazendo-os tomar consciência que existe a possibilidade de outra realidade e que está nas nossas mãos conquistá-la. E porque não c0omeçar já no dia 10 em frente ao ministério da saúde.
Parabéns e obrigada por mais um contributo ao nosso crescimento enquanto profissão.

Anónimo disse...

Não é grande trabalho, mas pronto....

Anónimo disse...

Foi para inglês ver....

Unknown disse...

Muitos parabens aos enfermeiros que, com este interessante trabalho, concluíram o seu curso! Espero ver mais trabalhos vossos, divulgados aqui neste espaço. Vão publicar estes resultados? Faço minhas as palavras de uma das comentadoras "quanto nos agradaria confirmar as hipóteses que colocamos à partida, até porque nelas colocamos um conhecimento que julgamos ter, feito da experiência vivida. Assumir que estávamos enganados é para além de honesto, corajoso, particularmente quando nos expomos publicamente."
Muitas felicidades, e um abraço. Luisa Sotto-Mayor

Anónimo disse...

Muitos Parabéns!
Gostei do empenho!
Gostei do profissionalismo!
Gostei da metodologia!
Gostei do team!
Em suma gostei da possibilidade de vislumbrar que para a acção sindical que desenvolvemos há que ter em conta outras sensibilidades e outros anseios, não esquecendo que nas nossas empresas hospitalares coabitam diferentes gerações de enfermeiros ( pelo menos 4) com diferentes vínculos contratuais e com formas diferentes e encarar a vida
Obrigado!
REBELO